Diversidade aumenta pouco a precisão das previsões de grupo

fevereiro 16, 2018
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ANN ARBOR – Diversidade para conselheiros, jurados e outras equipes influentes na hora de decisões importantes pode ajudar a garantir que os interesses de uma população diversificada sejam representados e abordados de forma justa.

Mas para situações que exigem previsões ou estimativas, ter um grupo diverso tem geralmente pouco benefício, se comparado com uma equipe com indivíduos semelhantes, descobriu um novo estudo da Universidade de Michigan.

Os pesquisadores da escola de Psicologia da U-M usaram estudos e simulações para replicar descobertas anteriores, indicando que pequenos grupos podem ser mais sábios do que indivíduos, mas não importa muito se esse grupo é demograficamente homogêneo ou diversificado.

Os autores do estudo, Stephanie de Oliveira Chen e Richard Nisbett, analisaram a diversidade social – características individuais, como gênero, raça, interesses, religião e experiência – e a diversidade cognitiva, que leva em consideração o julgamento das pessoas ou a forma como pensam.

Muitas vezes, as pessoas acreditam que a diversidade social aumenta a diversidade cognitiva em um grupo. No entanto, pode haver uma diversidade cognitiva substancial dentro de grupos demograficamente homogêneos.

Os pesquisadores mediram os fatores sociais e o julgamento entre os participantes do estudo que completaram nove tarefas de julgamento. Por exemplo, eles fizeram previsões sobre os pontos que seriam marcados em um jogo de futebol americano, os votos para candidatos presidenciais, opiniões sobre declarações políticas e classificações/notas em dezenas de livros.

A partir das previsões das pessoas nas várias tarefas, os grupos foram criados pela média de oito participantes escolhidos aleatoriamente – que então formavam equipes diversas e homogêneas.

Entre as descobertas:

  • Os grupos homogêneos produziram quase os mesmos resultados que o grupos diversos quando envolvia julgamentos numéricos. Os grupos diversos, às vezes, eram mais precisos, mas tipicamente por uma pequena margem.
  • As pessoas que esperam que os grupos sociais pensem de forma diferente nesses tipos de julgamentos podem se enganar. As diferenças de pensamento entre os grupos sociais podem ser muito menores do que o esperado.

“Em outras palavras, nem todas as mulheres ou todos os liberais pensam da mesma forma, e assim por diante,” disse Chen, pós-doutorando e principal autor do estudo.

Os pesquisadores observam que as descobertas não significam que nenhum fator social se correlaciona com qualquer tipo de julgamento. A conexão entre dados demográficos e julgamentos numéricos é, muitas vezes, fraca, o que torna desafiador generalizar ao dizer que os grupos com diversidade são mais sábios que os homogêneos, disse Nisbett, professor Emeritus de Psicologia da U-M.

As descobertas aparecem nos Proceedings of the National Academy of Sciences.