21 de agosto e o espetáculo solar nos EUA

agosto 17, 2017
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O próximo eclipse irá oferecer uma exibição impressionante para muitos nos Estados Unidos.

Ann Arbor – Enorme expectativa e contagem regressiva para o eclipse solar total, com o sol 100% encoberto pela Lua, que poderá ser observado em todo o território norte-americano em alguns dias.

Renato Dupke é cientista pesquisador visitante do Departamento de Astronomia. Fonte: Arquivo PessoalRenato Dupke é cientista pesquisador visitante do Departamento de Astronomia. Fonte: Arquivo PessoalO fenômeno, que começa às 10h16 hora local, em Lincoln Beach, em Oregon, vai durar cerca de uma hora e meia e terminará perto de Charleston, na Carolina do Sul. Poderá ser visto de qualquer ponto da América do Norte, mas quem estiver na faixa estreita, com uma média de 113 km de largura, poderá ver um espetáculo ainda melhor. A maior duração de sombra poderá ser vista de Carbondale, em Illinois: serão 2 minutos e 40 segundos.

No Brasil, o eclipse será parcial e apenas uma parte do Sol ficará encoberta, formando uma meia lua luminosa, em algumas regiões do Norte, Nordeste e partes do Centro-Oeste e Sudeste. A previsão é que teremos somente outro eclipse na Argentina e no Chile, dia 02 de julho de 2019.

Segundo o pesquisador científico brasileiro, do Departamento de Astronomia da Universidade de Michigan, Renato Dupke, eclipses não sao tão raros, mas os totais são menos frequentes, em média dois a cada três anos. Os outros (anulares e parciais) são mais comuns. “Mas o que é difícil é que a faixa onde se nota um eclipse como este, passe por uma região de fácil acesso, como agora, cortando os EUA,” explica.

O cientista tem vários trabalhos em parceria com o Brasil. Fonte: Arquivo PessoalO cientista tem vários trabalhos em parceria com o Brasil. Fonte: Arquivo PessoalHistoricamente, eclipses totais permitiram a análise de fenômenos diversos na cromosfera e na corona solar, onde as temperaturas chegam a 1 milhão de graus e também foram destes fenômenos onde se observou a previsão da distorção que a matéria causava na luz de estrelas de fundo, previstas por Einstein. Mas segundo Dupke, hoje em dia, com cronógrafos modernos, eclipses têm menor importância científica.

Cuidados – Esse eclipse solar total é um dos fenômenos mais aguardados pela Agência Espacial Americana, a Nasa, que vai transmitir, de forma inédita, o evento para todo o mundo. A população geral, no entanto, deve ficar atenta.

“Não se deve olhar direto pro Sol a olho nu. A radiação ultravioleta começa a danificar as camadas externas dos olhos. Com um binóculo ou telescópio sem filtros solares nem pensar. As lentes focam a radiação é basicamente “fritam” os olhos,” explica Dupke.

A recomendação então é usar óculos projetados especificamente para este tipo de evento, que podem bloquear os raios nocivos do sol, como aqueles recomendados pela American Astronomical Society. Os telespectadores devem comprar apenas óculos com uma designação “ISO 12312-2”, que indica que o produto cumpriu as normas internacionais de segurança devem ser comprados.

O cientista brasileiro conta que viu um eclipse anular na Espanha há vários anos e foi uma das experiências mais interessantes que vivenciou. “Apesar da física de um eclipse ser extremamente bem conhecida, a experiência de ver um deles pessoalmente é diferente de qualquer expectativa que se tenha,” disse. Dia 21 de agosto, Dupke poderá acrescentar mais uma “experiência” em seu currículo de astrônomo.