Precisão de teste genético de câncer de mama ajuda no tratamento personalizado

outubro 25, 2016
Contact:
  • umichnews@umich.edu

Novo estudo comprova que os médicos estão no caminho certo ao utilizar teste genético para medir o risco de recorrência de câncer de mama e recomendar tratamento adaptado

Compreender o conjunto completo do DNA do paciente (também chamado de genoma) é uma parte importante da medicina de precisão. Crédito: Comprehensive Cancer CenterCompreender o conjunto completo do DNA do paciente (também chamado de genoma) é uma parte importante da medicina de precisão. Crédito: Comprehensive Cancer CenterAnn Arbor – Uma das primeiras aplicações da medicina de precisão no tratamento do câncer é ajudar pacientes e médicos a decidir se a quimioterapia é realmente necessária, segundo o novo estudo. Por ser mais precisa, essa medicina tende a ter mais impacto no tumor e menos nas células saudáveis.

Os pesquisadores revisaram o teste que avalia o risco de recorrência do câncer de mama e avaliaram se a quimioterapia é suscetível na hora de ajudar a reduzir o risco em mulheres com a doença em estágio inicial. O teste analisa 21 genes conhecidos por aumentar o risco de recorrência do câncer. A ideia é evitar a quimioterapia em mulheres com risco baixo, que não vão se beneficiar dela e garantir que a quimioterapia seja recomendada para mulheres com maior risco.

“A ideia da medicina de precisão é dar aos pacientes o tratamento adequado, com maior chance em ajudar no combate à doença e evitar efeitos colaterais desnecessários”, diz o autor do estudo e professor da Escola de Enfermagem da U-M, Christopher Friese.

Pesquisadores entrevistaram 1.527 mulheres com câncer de mama em estágio inicial, analisando se elas receberam o teste de ensaio de pontuação de recorrência de 21 genes e se, posteriormente, receberam quimioterapia.

Atualmente, as diretrizes de tratamento do câncer recomenda o teste para mulheres com características específicas do tumor cujo câncer não se espalhou para os gânglios linfáticos circundantes. O estudo, publicado na Revista Cancer, mostra que a maioria dos médicos recomenda o teste seguindo estas orientações, embora 13 por cento das mulheres com câncer em seus nódulos linfáticos também passaram pelo exame. Tipicamente, as diretrizes atuais recomendam que essas mulheres devem sempre receber quimioterapia, e, portanto, não o teste não seria necessário. Um ensaio clínico em curso está analisando o valor do teste para este grupo.

Entre as mulheres testadas, 87 por cento delas, com uma pontuação mais elevada, receberam quimioterapia. Para as pacientes com o prognóstico mais favorável e resultados de testes mais baixos, apenas 3 por cento receberam quimioterapia, em comparação com 13 por cento das mulheres que não fizeram o teste genético, mas tiveram um prognóstico favorável.

“A quimioterapia tem efeitos colaterais significativos. Melhorar as recomendações de quimioterapia para quem realmente se beneficia dela iria reduzir as complicações e melhorar a qualidade de vida para muitas mulheres”, diz Friese.

Uma área de oportunidade

A maioria das pacientes se lembra ter passado pelo teste – os pesquisadores usaram dados de registro e de laboratório como confirmação. Quase dois terços acreditam que o teste foi útil, dizendo que seus resultados ajudaram a mudar sua opinião a favor ou contra a quimioterapia. As pacientes relataram alta satisfação com a escolha do tratamento.

Com base na amostra diversificada de pacientes, os pesquisadores descobriram que raça ou etnia não desempenham um papel importante no uso do ensaio de pontuação de recorrência ou em recomendações de quimioterapia.

Embora a maioria dos exemplos de medicina de precisão envolva ensaios clínicos, o ensaio genético de recorrência mostra como a medicina de precisão pode ser utilizada na terapia clínica diária. No geral, o estudo mostra o uso do teste, as recomendações de tratamento e a satisfação das pacientes. Mas os pesquisadores observam uma oportunidade.

“Apenas 60 por cento das pacientes recordam com precisão o seu resultado do seu teste”, diz Friese. “Isto sugere que, embora a medicina de precisão para o câncer de mama esteja crescendo, nós deixamos algumas mulheres para trás. Há oportunidades na comunidade de oncologia para melhorar a forma como vamos explicar a essas mulheres a finalidade desses testes, como interpretar os resultados, e o que esses resultados significam no seu tratamento de câncer de mama “.