Sequências vocais dos macacos e seres humanos seguem padrão comum

abril 19, 2016
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ANN ARBOR—Um novo estudo dos babuínos — uma espécie de macaco que vive na Etiópia — revela que suas longas e complexas sequências vocais seguem um padrão encontrado em muitas línguas humanas: quanto mais longa a sequência total, mais curtos são os sons dentro dela.

Este trabalho, conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade de Roehampton, em Londres, é a continuação de uma pesquisa anterior, revelando semelhanças na comunicação entre humanos e primatas.

Na linguagem humana, a lei de Menzerath diz que quanto maior o conjunto, menor o tamanho das partes. Palavras mais longas tendem a ser compostas por sílabas mais curtas e frases mais longas são normalmente feitas por palavras mais curtas. A lei nunca havia sido testada na comunicação vocal de qualquer outra espécie.

Pesquisadores liderados por Morgan Gustison, estudante de doutorado do Departamento de Psicologia da U-M e por Stuart Semple, professor de Antropologia Evolucionária da Universidade de Roehampton, testaram esta lei com os babuínos, uma espécie em que os machos produzem longas sequências de estalos labiais diferentes — até 25 tipos no total – — compostos por seis diferentes tipos de estalos.

Eles analisaram 1.065 destas sequências vocais (compostas de 4.747 estalos labiais individuais), gravados a partir de 57 machos vivem no Parque Nacional do Simien, na Etiópia.

Os investigadores encontraram uma relação negativa entre o comprimento da sequência em termos de números de estalos labiais e sua duração média. Os estalos não variam em comprimento de acordo com sua posição na sequência vocal.

O comprimento das sequências dos primeiros estalos estava relacionado à duração da sequência total. Em outras palavras, as sequências começaram com estalos labiais de comprimento apropriado para aquela sequência: as sequências curtas começaram com estalos labiais longos e sequências longas começaram com estalos labiais curtos.

“Os resultados deste trabalho não só revelam um padrão básico da estrutura de sequência compartilhado pela comunicação humana e comunicação de animais não humanos, mas também podem ter profundas implicações para a nossa compreensão dos sistemas biológicos de forma mais ampla”, disse Gustison.

Outros pesquisadores são Ramon Ferrer-i-Cancho, professor associado da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha e Thore Bergmann, professor assistente de Psicologia, Ecologia e Biologia evolutiva da U-M.

Os resultados estão divulgados no Proceedings of National Academy of Sciences.