Em momento político delicado no Brasil, estudantes americanos trabalham com o MST

março 8, 2016
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Assentamento MST, em São PauloAssentamento MST, em São PauloAnn Arbor – O cliente é o MSTS, Movimento Sem Teto de São Paulo, grupo que tem como principal reinvindicação o acesso à habitação. Doze estudantes do Curso de Mestrado em Urbanismo Ambiental da Universidade de Michigan, estão em São Paulo para fazer um mapeamento da área, avaliar as necessidades das pessoas em ocupações de terra, coletar informações sobre as condições de habitação e identificar as características sócio demográficas dos membros MTST e suas famílias.

Por duas semanas, os estudantes estão se dividindo entre três assentamentos (Palestina, Maria Bonita e Dandara) para documentar as condições da toda a população e levantar os dados das atuais habitações para compreender melhor as motivações e o envolvimento dos participantes no movimento. Eles são liderados pela brasileira e professora de Urbanismo da U-M, Ana Paula Pimentel Walker.

Estudantes documentam situação/realidade dos assentamentosEstudantes documentam situação/realidade dos assentamentos“O meu foco é planejamento global e comparável. Estando no Brasil, posso estudar a questão global em um país em desenvolvimento,” diz a mestrando Weitao Song. “Acho que esse projeto também seria perfeito para a China, onde o problema da habitação é igualmente grave, devido à urbanização em massa.”

Para entender e conhecer os déficits habitacionais do Brasil e, mais importante, levantar as possíveis soluções, os estudantes da U-M, além das entrevistas com os próprios moradores dos assentamentos, estão coletando informações com agências do governo e professores do programa de Graduação e Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo, entre eles Nilton Ricoy Torres, pesquisador e professor associado.

Depois de uma semana em terras brasileiras, a estudante Yajing Zhou diz que está aprendendo muito com essa experiência e adquirindo habilidades práticas de pesquisa e lições de vida. “As condições de habitação dos assentamentos são as piores que já vi. No entanto, os moradores que vivem lá são muito otimistas, hospitaleiros e encontram maneiras de desfrutar de sua vida. A música é impressionante! Toda a ocupação tem instrumentos musicais e rodas de samba de dança com frequência,” conta.

São Paulo Capstone Team 2016São Paulo Capstone Team 2016“Eu queria que meus alunos conhecessem a realidade dos assentamentos no Brasil, e agora eles estão ouvindo as necessidades da população e vivenciando o dia-a-dia deles”, disse a professora do Michigan Ana Paula Pimentel Walker.

Essa experiência integrada de trabalho de campo vale para os estudantes de Michigan como conclusão de curso de mestrado profissional em planejamento urbano. Com os dados coletados em mãos, assim que voltarem à universidade, os estudantes começarão a trabalhar em um projeto de recomendações de política de habitação. Além disso, a equipe também planeja elaborar uma lista com sugestões para promover a gestão ambiental e melhorar a comunicação entre o governo local e da comunidade. O projeto final será apresentado em abril.

No ano passado, um outro grupo de estudantes de mestrado da professora Pimentel Walker, viajou para Santa Marta, no Rio Grande de Sul, onde trabalhou no projeto “Juntos Fazemos de Santa Marta a Nossa Casa”, com objetivo de transformar e melhorar a realidade da comunidade, trazer progresso e promover uma melhor gestão ambiental. O projeto de Planejamento Urbano da Universidade de Michigan ganhou um total de 25 mil dólares, que serão investidos, à partir de maio deste ano, na comunidade.

Mais informações:
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