Riscos de saúde relacionados ao sexo julgados com mais rigor

novembro 19, 2015
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Um grupo de mãos apontar para alguém de fora do quadro. (imagem)ANN ARBOR — As pessoas com doenças sexualmente transmissíveis são, muitas vezes, estigmatizadas pelo público, que superestima os riscos das DSTs, ainda mais quando comparados a outras ameaças de saúde, segundo um novo estudo da Universidade de Michigan.

Frequentemente, indivíduos que se sentem estigmatizados tomam decisões mais arriscadas, que podem afetar os parceiros sexuais em potencial, diz Terri Conley, professora de Estudos da Psicologia e das Mulheres da U-M.

“Estigmatizar comportamentos não impede a ocorrência de atividades insalubres,” ela disse. “As DSTs são estigmatizadas, e isso pode impedir que as pessoas que suspeitam que tenham DSTs façam testes ou informem seus parceiros sobre a possibilidade de exposição à doença.”

Uma descoberta interessante é que uma pessoa que inconscientemente transmite clamídia e consequentemente faz com que o parceiro tenha que tomar antibióticos é vista mais negativamente do que alguém que transmite a gripe H1N1, que resulta na morte da pessoa.

Compreender o estigma é crítico, extremamente importante, em contextos de saúde, disse Conley.
Usando uma série de estudos, Conley e seus colaboradores examinaram a extensão em que as infecções sexualmente transmissíveis e o comportamento sexual eram avaliados como “riscos” em comparação com outros comportamentos mais arriscados.

Os participantes do estudo foram convidados a julgar um dos dois comportamentos de risco – um deles associado ao DSTs (sexo sem proteção) e o outro associado à condução de carros. Os pesquisadores também avaliaram as percepções negativas de pessoas que transmitem DSTs em comparação com aqueles que transmitem uma outra doença, mas não-sexualmente.

Os participantes foram convidados a fazer uma estimativa de quantas pessoas, considerando um grupo de 1.000, poderiam morrer dirigindo de Detroit para Chicago (cerca de 485 Km), em comparação com uma possível morte provocada pelo HIV, também estimando o mesmo grupo de pessoas. A maioria dos entrevistados considerou um risco de morte 17 vezes maior das pessoas que contraíram o HIV.

Dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção e da Agência Nacional de Segurança de Tráfego das Estrada relatam, em média, que uma pessoa tem uma probabilidade 20 vezes maior de morrer vítima de um acidente de carro em uma viagem de 485 Km.

“Em outras palavras, as impressões dos participantes sobre o grau de risco do sexo desprotegido em comparação com a condução nas estradas foram altamente imprecisas,” disse Conley.

Os participantes visualizaram o sexo desprotegido como sendo mais arriscado do que a condução, uma atividade mais cotidiana, mas mais perigosa, ela disse.

Os resultados aparecem na atual edição da International Journal of Sexual Health.

Terri Conley