Brincadeiras brasileiras são inspiração para game solar

junho 12, 2015
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Solar Pink PongAs brincadeiras do dia a dia no Brasil serviram como parte da inspiração no desenvolvimento do vídeo game solar Pink Pong – que está tomando as ruas e a transformando em um espaço imersivo e interativo.

“Fiquei fascinado pela rápida transição das crianças e adolescentes brasileiros em estar manipulando um joystick na sala, e no minuto seguinte, chutar uma bola no meio da rua. Me parece uma transição perfeita,” disse Roland Graf, professor da Escola de Artes e Design da Universidade de Michigan, e um dos criadores da instalação de arte interativa, que será exposta na calçada da Avenida Paulista, durante o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), que acontece de 16 de junho a 16 de agosto, em São Paulo.

Solar Pink Pong – Street Video Game (Ann Arbor, MI, USA, Sep 12, 2014) from Assocreation on Vimeo.

Austríaco e casado com uma brasileira, Graf se define como um apaixonado pela investigação lúdica. Ele trabalha no projeto Solar Pink Pong há pouco mais de dois anos e conta que foi difícil encontrar um colaborador que conseguisse colocar “em prática” a já antiga ideia de usar a reflexão da luz solar como ‘alvo’ em um jogo de rua, “estilo pong”.

Roland GrafRoland Graf“Demorou um pouco, mas encontrei um estudante de engenharia com muita habilidade prática em jogos e desenvolvemos o primeiro protótipo,” explicou. Com muita pesquisa e trabalho, o modelo original foi então aperfeiçoado e agora pretende acabar com a limitação dos vídeos games, que ainda estão restritos às telas e aos ambientes fechados.

Graf explica que na maioria dos aplicativos de vídeo game, a luz solar direta interfere, atrapalha e não dá suporte monitores ou aos sistemas de detecção dos movimentos. De um lado, essa incompatibilidade da luz solar e a tecnologia de vídeo game promove uma cultura “interna”. Do outro, as pessoas que ficam bastante ao ar livre, muitas vezes, tendem a não prestar atenção ao meio ambiente e só focam no que está literalmente à sua frente ou à tela de uma celular, por exemplo.

“Com o solar Pink Pong game, nós queremos atenuar as fronteiras entre as mídias interativas e a luz do dia. Esperamos que a próxima vez que o jogador se depare com o reflexo da luz solar, sinta vontade de “brincar”, tocar ou dar um chute nesta sombra,” diz.

Interação com a audiência paulista

São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil e da América do Sul, com quase 12 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE, de 2014. E como a instalação interativa difere totalmente de um lugar para outro e depende da audiência, Graf está ansioso para ver a participação dos brasileiros.

“É como se estivéssemos lançando um “balão meteorológico”. O balão em si pode ser igual, independentemente de onde você o lançar, mas quando o resgatar, verá que os resultados após a interação com aquele clima específico, jamais serão os mesmos. Esperamos então aprender algo novo sobre a nossa peça artística e o espaço público em que expomos.”

 

Roland Graf