Camundongos machos obesos produzem mais células que provocam doenças no sistema imunológico do que as fêmeas

maio 28, 2015
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Estudo sugere que dietas gordurosas reprogramam as células-tronco do sangue em ratos machos, promovendo doenças metabólicas

A fat white mouse peers at the camera. (stock image)ANN ARBOR, Mich. – A obesidade pode ser mais resistente nos sistemas imunológicos dos homens do que no das mulheres, sugere um novo estudo em ratos da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan.

Com riscos de doenças associados à obesidade significativamente maior para os pacientes do sexo masculino, do que para do feminino, os pesquisadores compararam como os ratos de cada sexo reagiram a dietas ricas em gordura.

Eles descobriram que a diferença pode estar na tendência dos machos em produzir níveis mais elevados de glóbulos brancos que incentivam a inflamação, o que traz consequências negativas para a saúde e pode provocar problemas relacionados à obesidade, como a resistência à insulina e o diabetes tipo 2. Os resultados aparecem no Journal of Biological Chemistry deste mês.

“Homens e mulheres têm riscos muito diferentes de diabetes e doenças cardiovasculares, e frequentemente, os ratos masculinos são mais estudados porque têm maior risco em desenvolver estas doenças,” diz Tânia Singer, autora do estudo e professora assistente do Hospital das Crianças Mott, da U-M.

“Como estudos da obesidade feminina tem sido mais escassos em modelos animais, queríamos entender os porquês das diferenças entre os sexos”, ela continua. “Descobrimos que a obesidade não provoca inflamação em ratos fêmeas do jeito que acontece nos machos. Embora se saiba que os sistemas imunológicos masculinos e femininos são diferentes, nossa pesquisa ajuda a fornecer a base para futuros estudos clínicos para explorar as diferenças destes impactos em doenças como o diabetes. Outras pesquisas também poderão explicar as diferenças que vemos clinicamente entre homens e mulheres quando se trata de obesidade e riscos da doença.”

A obesidade é conhecida por induzir um baixo grau de inflamação crônica que tem sido associada com o diabetes e doenças cardiovasculares. O novo estudo descobriu que o corpo de ratos jovens do sexo feminino em idade reprodutiva que são alimentados com uma dieta rica em gordura, produz apenas uma resposta de glóbulos brancos inflamatória leve, enquanto eles se tornaram obeso. Contudo, nos ratos machos, a obesidade induzida por dieta, produziu glóbulos brancos inflamatórios mais ativos e melhorou seus progenitores. Isso tornou os ratos masculinos mais propensos a altos níveis de glicose e insulina no sangue, medidas do diabetes.

“É importante para nós compreendermos os diferentes riscos da doença, os sintomas e as respostas aos tratamentos entre os sexos”, diz o autor sênior do estudo, o Ph.D Carey N. Lumeng, professor associado de Pediatria e Fisiologia da Faculdade de Medicina e Pneumologista Pediátrico no Hospital Infantil Mott, da U-M.

“Nossa pesquisa destaca a necessidade de ampliar as investigações clínicas e estudos em animais, de ambos os sexos, para melhor orientar novas intervenções”, Singer acrescenta.