Coleman ganha Prêmio Cassandra Pyle por educação internacional

maio 27, 2014
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Estudantes de Medicina brasileiros são treinados em clínicas de ponta na U-M

ANN ARBOR—Mary Sue Coleman, presidente da Universidade de Michigan, é a vencedora do Prêmio Cassandra Pyle, de 2014, em honra ao seu impacto na educação internacional à longo prazo. Brasil é um dos principais parceiros da universidade americana.

Coleman, que se aposenta em julho, depois de 12 anos como presidente da UM, recebeu o prêmio da NAFSA: Associação dos Educadores Internacionais, uma das maiores organizações do mundo, que promove a educação global e intercâmbio.

Sob a liderança de Coleman, a UM dobrou o número de alunos de graduação que estudaram no exterior e aumentou a participação nas áreas de estudo sub-representadas, como a Engenharia, Artes Plásticas e Ciências da Saúde.

“A educação internacional é um trabalho importante e que deve ser sustentado,” disse Coleman em seu discurso de aceitação. “Ela oferece recompensas poderosas. Não consigo pensar em um trabalho mais importante do que dar as mãos a outras universidades para transformar vidas utilizando o poder e o comprometimento do conhecimento global.”

Coleman tem se concentrado em determinadas áreas do mundo, onde as oportunidades de aprendizagem do aluno e as pesquisas inovadoras estavam prontas para expansão. Entre esses locais estão várias nações africanas, Brasil, China e Índia.

“O intercâmbio não conhece fronteiras. Pela nossa própria natureza, as universidades são a linha de frente da globalização e da cooperação,” Coleman disse. “Para estarmos verdadeiramente engajados a nível global, temos que nos conectar um a um e construir parcerias genuínas e recíprocas.”

Sua viagem ao Brasil em 2012 criou uma parceria multidisciplinar com a Universidade de São Paulo, com suporte aos estudantes de medicina brasileiros para completar suas rotações, ou estágios, no Sistema Médico da U-M.

Este ano, dois estudantes da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo, em São Paulo, viajaram para Ann Arbor e participaram de um intercâmbio na UM, criado por essa parceria. Durante dois meses, Leonardo Mateus de Lima se integrou ao time da clínica médica do hospital e viu dezenas de pacientes.

“Acompanhei tudo de perto e pude aprender sobre as formas de tratamento, as tecnologias e a relação médico-paciente. A UM tem excelentes profissionais que estão ali para te ajudar. Se você tem vontade de aprender, eles te oferecem todas as ferramentas e apoio,” disse o estudante do quinto ano da USP.

Thaisa Silveira Barbosa ficou um mês na enfermaria da clínica médica geral e um mês na Psiquiatria. “Eu tinha contato diário com os pacientes, nas suas histórias e exames físicos. Participava das visitas das equipes médicas a eles, e também apresentava os casos que estava acompanhando.”

Tanto Leonardo quanto Thaisa afirmaram que esse contato direto com a equipe médica foi muito importante. “Poder fazer um estágio clínico é fantástico porque as diferenças entre os países vão além dos recursos, como na pesquisa. A cultura reflete a postura dos médicos, dos pacientes e até a forma de tratamento,” enfatiza Leonardo.

Atenta a essa importância internacional, Coleman também habilitou o corpo docente da universidade para lançar novas colaborações em toda a África, com mais de 3 milhões em capital semente. Entre os resultados diretos desta iniciativa está a criação do Centro de Estudos Africanos da U-M, a Iniciativa do Patrimônio Africano, a Iniciativa da Pesquisa Social Africana, o Programa STEM-África e o Programa Presidencial de Intercâmbio Africano-UM.

Ela deu suporte à um amplo portfólio de iniciativas da China, incluindo o Instituto Joint para Educação em Engenharia com a Universidade Shanghai Jiao Tong. Devido à dedicação de Coleman ao programa, cerca de 300 alunos da U-M estudaram em Xangai e mais de 500 estudantes chineses do Instituto Joint se transferiram para a U-M, através de seus programas de dupla graduação.

No ano passado, a presidente e seu marido, Kenneth M. Coleman, doaram, pessoalmente, 1 milhão de dólares aos estudantes da U-M, para serem utilizados em bolsas de estudos para apoiar estudos internacionais, estágios e outros trabalhos.

Cassandra Pyle foi líder na área de Educação Internacional e Intercâmbios por mais de 25 anos, trabalhando em diferentes cargos no Conselho Intelectual de Intercâmbio Internacional, Conselho Americano de Educação, no Instituto de Educação Internacional e na Universidade de Chicago. Ela serviu como presidente da NAFSA entre 1978-79.

Com sede em Washington, D.C., a NAFSA foi fundada em 1948 como a Associação Nacional de Assessores de Estudantes Internacionais para promover o desenvolvimento profissional dos professores e funcionários das universidades dos EUA responsáveis por aconselhar e ajudar estudantes internacionais nos Estados Unidos.

Em 1990, o grupo mudou seu nome para NAFSA, Associação de Educadores Internacionais, para refletir melhor sua participação de expansão em programas de Intercâmbio no exterior, programas de intercâmbio acadêmicos e muitas outras áreas. A sigla NAFSA foi mantida para refletir o nome de amplo reconhecimento e o orgulhoso passado.